segunda-feira, 21 de agosto de 2017

- Eu sei quem sou!
E Deus disse:
- Que bom! Quem és tu?
E a Pequena Alma gritou:
- Eu Sou Luz!
E Deus sorriu.
- É isso mesmo! - exclamou Deus. - Tu és Luz!
A Pequena Alma ficou muito contente, porque tinha descoberto aquilo que todas as almas do Reino deveriam descobrir.
- Uauu, isto é mesmo bom! - disse a Pequena Alma.
Mas, passado pouco tempo, saber quem era já não lhe chegava.
A Pequena Alma sentia-se agitada por dentro, e agora queria ser quem era.
Então foi ter com Deus (o que não é má ideia para qualquer alma que queira ser Quem Realmente É) e disse:
- Olá, Deus! Agora que sei Quem Sou, posso sê-lo?
E Deus disse:
- Quer dizer que queres ser Quem já És?
- Bem, uma coisa é saber Quem Sou, e outra coisa é sê-lo mesmo. Quero sentir como é ser a Luz! - respondeu a Pequena Alma.
- Mas tu já és Luz - repetiu Deus, sorrindo outra vez.
- Sim, mas quero senti-lo! - gritou a Pequena Alma.
- Bem, acho que já era de se esperar. Tu sempre foste aventureira - disse Deus com uma risada.
Depois a sua expressão mudou.
- Há só uma coisa...
- O quê? - perguntou a Pequena Alma.
- Bem, não há nada para além da Luz. Porque eu não criei nada para além daquilo que tu és. Por isso, não vai ser fácil experimentares-te como Quem És, porque não há nada que tu não sejas.
- Hã? - disse a Pequena Alma, que já estava um pouco confusa.
- Pensa assim: tu és como uma vela ao Sol. Estás lá sem dúvida. Tu e mais milhões, zilhões de outras velas que constituem o Sol. E o Sol não seria o Sol sem vocês. Não seria um sol sem uma das suas velas... e isso não seria de todo o Sol, pois não brilharia tanto. E, no entanto, como podes conhecer-te como a Luz quando estás no meio da Luz? - eis a questão.
- Bem, tu és Deus. Pensa em alguma coisa! - disse a Pequena Alma mais animada.
Deus sorriu novamente.
- Já pensei. Já que não podes ver-te como a Luz quando estás na Luz, vamos rodear-te de escuridão - disse Deus.
- O que é a escuridão? perguntou a Pequena Alma.
- É aquilo que tu não és - replicou Deus.
- Eu vou ter medo do escuro? - choramingou a Pequena Alma.
- Só se o escolheres. Na verdade, não há nada de que devas ter medo, a não ser que assim o decidas. Porque estamos inventando tudo. Estamos fingindo.
- Ah! - disse a Pequena Alma, sentindo-se logo melhor.
Depois, Deus explicou que, para se experimentar o que quer que seja, tem de aparecer exatamente o oposto.
- É uma grande dádiva, porque sem ela não poderíamos saber como nada é - disse Deus - Não poderíamos conhecer o Quente sem o Frio, o Alto sem o Baixo, o Rápido sem o Lento. Não poderíamos conhecer a Esquerda sem a Direita, o Aqui sem o Ali, o Agora sem o Depois. E por isso, - continuou Deus - quando estiveres rodeada de escuridão, não levantes o punho nem a voz para amaldiçoar a escuridão. Sê antes uma Luz na escuridão, e não fiques furiosa com ela. Então, saberás Quem Realmente És, e os outros também o saberão. Deixa que a tua Luz brilhe tanto que todos saibam como és especial!
- Então posso deixar que os outros vejam que sou especial? - perguntou a Pequena Alma.
- Claro! - Deus riu-se. - Claro que podes! Mas lembra-te de que "especial" não quer dizer "melhor"! Todos são especiais, cada qual à sua maneira! Só que muitos se esqueceram disso. Esses apenas vão ver que podem ser especiais quando tu vires que podes ser especial!
- Uau - disse a Pequena Alma, dançando e saltando e rindo e pulando. - Posso ser tão especial quanto quiser!
- Sim, e podes começar agora mesmo - disse Deus, também dançando e saltando e rindo e pulando juntamente com a Pequena Alma - Que parte de especial é que queres ser?
- Que parte de especial? - repetiu a Pequena Alma. - Não estou entendendo.
- Bem, - explicou Deus - ser a Luz é ser especial, e ser especial tem muitas partes. É especial ser bondoso. É especial ser delicado. É especial ser criativo. É especial ser paciente. Conheces alguma outra maneira de ser especial?
A Pequena Alma ficou em silêncio por um momento.
- Conheço imensas maneiras de ser especial! - exclamou a Pequena Alma - É especial ser prestativo. É especial ser generoso. É especial ser simpático. É especial ser atencioso com os outros.
- Sim! - concordou Deus - E tu podes ser todas essas coisas, ou qualquer parte de especial que queiras ser, em qualquer momento. É isso que significa ser a Luz.
- Eu sei o que quero ser, eu sei o que quero ser! - proclamou a Pequena Alma com grande entusiasmo. - Quero ser a parte de especial chamada "perdão". Não é ser especial alguém que perdoa?
- Ah, sim, isso é muito especial, assegurou Deus à Pequena Alma.
- Está bem. É isso que eu quero ser. Quero ser alguém que perdoa. Quero experimentar-me assim - disse a Pequena Alma.
- Bom, mas há uma coisa que devias saber - disse Deus.
A Pequena Alma já começava a ficar um bocadinho impaciente.
Parecia haver sempre alguma complicação.
- O que é? - suspirou a Pequena Alma.
- Não há ninguém a quem perdoar.
- Ninguém?
A Pequena Alma nem queria acreditar no que tinha ouvido.
- Ninguém! - repetiu Deus. Tudo o que Eu fiz é perfeito. Não há uma única alma em toda a Criação menos perfeita do que tu. Olha à tua volta.
Foi então que a Pequena Alma reparou na multidão que tinha se aproximado. Outras almas tinham vindo de todos os lados - de todo o Reino - porque tinham ouvido dizer que a Pequena Alma estava tendo uma conversa extraordinária com Deus, e todas queriam ouvir o que eles diziam.
Olhando para todas as outras almas ali reunidas, a Pequena Alma teve de concordar. Nenhuma parecia menos maravilhosa, ou menos perfeita do que ela. Eram de tal forma maravilhosas, e a sua Luz brilhava tanto, que a Pequena Alma mal podia olhar para elas.
- Então, perdoar quem? - perguntou Deus.
- Bem, isto não vai ter graça nenhuma! - resmungou a Pequena Alma - Eu queria experimentar-me como Aquela que Perdoa. Queria saber como é ser essa parte de especial.
E a Pequena Alma aprendeu o que é sentir-se triste.
Mas, nesse instante, uma Alma Amiga destacou-se da multidão e disse:
- Não te preocupes, Pequena Alma, eu vou ajudar-te - disse a Alma Amiga.
- Vais? - a Pequena Alma animou-se. - Mas o que é que tu podes fazer?
- Ora, posso dar-te alguém a quem perdoares!
- Podes?
- Claro! - disse a Alma Amiga alegremente. - Posso entrar na tua próxima vida física e fazer qualquer coisa para tu perdoares.
- Mas por quê? Por que é que farias isso? - perguntou a Pequena Alma. - Tu, que és um ser tão absolutamente perfeito! Tu, que vibras a uma velocidade tão rápida a ponto de criar uma Luz de tal forma brilhante que mal posso olhar para ti! O que é que te levaria a abrandar a tua vibração para uma velocidade tal que tornasse a tua Luz brilhante numa luz escura e baça? O que é que levaria a ti, que danças sobre as estrelas e te moves pelo Reino à velocidade do pensamento, a entrar na minha vida e a tornares-te tão pesada a ponto de fazeres algo de mal?
- É simples - disse a Alma Amiga. - Faço-o porque te amo.
A Pequena Alma pareceu surpreendida com a resposta.
- Não fiques tão espantada - disse a Alma Amiga - tu fizeste o mesmo por mim. Não te lembras? Ah, nós já dançamos juntas, tu e eu, muitas vezes. Dançamos ao longo das eternidades e através de todas as épocas. Brincamos juntas através de todo o tempo e em muitos lugares. Só que tu não te lembras. Já fomos ambas o Todo. Fomos o Alto e o Baixo, a Esquerda e a Direita. Fomos o Aqui e o Ali, o Agora e o Depois. Fomos o Masculino e o Feminino, o Bom e o Mau - fomos ambas a vítima e o vilão. Encontramo-nos muitas vezes, tu e eu; cada uma trazendo à outra a oportunidade exata e perfeita para Expressar e Experimentar Quem Realmente Somos.- E assim, - a Alma Amiga explicou mais um bocadinho - eu vou entrar na tua próxima vida física e ser a "má" desta vez. Vou fazer alguma coisa terrível, e então tu podes experimentar-te como Aquela Que Perdoa.
- Mas o que é que vais fazer que seja assim tão terrível? - perguntou a Pequena Alma, um pouco nervosa.
- Oh, havemos de pensar em alguma coisa - respondeu a Alma Amiga, piscando o olho.
Então, a Alma Amiga pareceu ficar séria, e disse numa voz mais calma:
- Mas tens razão acerca de uma coisa, sabes?
- Sobre o quê? - perguntou a Pequena Alma.
- Eu vou ter de abrandar a minha vibração e tornar-me muito pesada para fazer esta coisa não-muito-boa. Vou ter de fingir ser uma coisa muito diferente de mim. E, por isso, só te peço um favor em troca.
- Oh, qualquer coisa, o que tu quiseres! - exclamou a Pequena Alma, e começou a dançar e a cantar: - Eu vou poder perdoar, eu vou poder perdoar!
Então a Pequena Alma viu que a Alma Amiga estava muito quieta.
- O que é? - perguntou a Pequena Alma. - O que é que eu posso fazer por ti? És um anjo por estares disposta a fazer isto por mim!
- Claro que esta Alma Amiga é um anjo! - interrompeu Deus, - são todas! Lembra-te sempre: Não te enviei senão anjos.
E, então, a Pequena Alma quis mais do que nunca satisfazer o pedido da Alma Amiga.
- O que é que posso fazer por ti? - perguntou novamente a Pequena Alma.
- No momento em que eu te atacar e ferir, - respondeu a Alma Amiga - no momento em que eu te fizer a pior coisa que possas imaginar, nesse preciso momento...
- Sim? - interrompeu a Pequena Alma - Sim?
A Alma Amiga ficou ainda mais quieta.
- Lembra-te de Quem Realmente Sou.
- Oh, não me hei de esquecer! - gritou a Pequena Alma - Prometo!
Lembrar-me-ei sempre de ti tal como te vejo aqui e agora.
- Que bom, - disse a Alma Amiga - porque, sabes, eu vou estar fingindo tanto, que eu própria vou me esquecer. E se tu não te lembrares de mim tal como eu sou realmente, eu posso também não me lembrar durante muito tempo. E se eu me esquecer de Quem Sou, tu podes esquecer-te de Quem És, e ficaremos as duas perdidas. Então, vamos precisar que venha outra alma para nos lembrar as duas de Quem Somos.
- Não vamos, não! - prometeu outra vez a Pequena Alma. - Eu vou lembrar-me de ti! E vou agradecer-te por esta dádiva - a oportunidade que me dás de me experimentar como Quem Eu Sou.
E assim o acordo foi feito. E a Pequena Alma avançou para uma nova vida, entusiasmada por ser a Luz, que era muito especial, e entusiasmada por ser aquela parte especial a que se chama Perdão.
E a Pequena Alma esperou ansiosamente pela oportunidade de se experimentar como Perdão, e por agradecer a qualquer outra alma que o tornasse possível.
E, em todos os momentos dessa nova vida, sempre que uma nova alma aparecia em cena, quer essa nova alma trouxesse alegria ou tristeza - principalmente se trouxesse tristeza - a Pequena Alma pensava no que Deus lhe tinha dito.
"Lembra-te sempre," - Deus aqui tinha sorrido - "não te enviarei senão anjos".

Eu não esqueci....

Neale Donald Walsch, autor do livro Conversando com Deus

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Chakra Umeral

O Chakra Umeral ou Humeral, situa-se nas costas, e tem ligação direta ao úmero como o próprio nome indica. Está na altura da omoplata esquerda (entre e sobre o pulmão esquerdo). É um Chakra Espiritual, pois é através dele que as energias se conectam. É o Chakra mediúnico e de proteção porque equilibra as energias positivas e negativas em excesso, logo se prevê a sua importância assim como o porque de nossas dores nas costas. É um Gerenciador Energético.


É através dele que recebemos, em primeiro lugar, todos os contatos espirituais. É composto de duas hélices ou pétalas que giram no sentido horário quando captam energias (incorporação) e no sentido anti-horário quando repelem energias (desincorporação). Tem coloração variável, mas o azul e o verde são predominantes. Oscila entre as outras matizes, de acordo com a energia que está sendo captada.


Embora esse Chakra seja imprescindível para o funcionamento da “psicografia mecânica”, ele é muito pouco conhecido e nem está incluído na relação dos Chakra principais. É um Chakra desenvolvido apenas em algumas pessoas e o seu formato é o de uma lemniscata (um oito deitado ou o símbolo do infinito) e os antigos o descreviam como asas de seres iluminados.

Em equilíbrio tem a cor azul celeste, mas quando estamos enfraquecidos a cor predominante é o amarelo. Assim como todos os outros Chakras, o Umeral situa-se na periferia do corpo físico que por sua vez, envolve e extrapola o corpo físico em cerca de 5 a 10 cm e está localizado nas costas.

É ligado ao corpo físico através do correspondente plexo solar, e deste para os membros superiores (braços, antebraços e mãos) do corpo físico. Localiza-se no terço médio da omoplata esquerda e desenvolve a capacidade da pessoa entrar em contato com vibrações mais sutis, e capaz de filtrar essas energias. Fica exatamente a 180 graus do Chakra Cardíaco.

Esse é um Chakra extremamente importante para avaliarmos se estamos com algum problema espiritual. Ele mantém a nossa individualidade e rege todas as energias que habitam o nosso espaço e as organiza. Ele também processa as energias do ambiente e filtra as energias densas que transitam no nosso campo energético.

Quanto mais percebemos e desenvolvemos as nossas qualidades vibratórias, mais estaremos trabalhando o Chakra Umeral. Em uma leitura energética ele serve como parâmetro para que possamos entender se a pessoa está com algum tipo de contaminação energética.

Basicamente o Chakra Umeral desarmoniza-se em razão dos seguintes fatores: Vivência de padrões pessimistas, negativos e derrotistas; quando a pessoa está tão desarmonizada (com buracos áuricos) que acaba ficando exposta a energias dos ambientes ou a energias de pessoas com vibrações inferiores e por energias intrusas ou espíritos obsessores.

Na psicografia mecânica, o Guia ou Mentor espiritual faz a indispensável ligação magnética do seu corpo astral ao Chakra Umeral Etérico do seu médium mecânico, o que lhe possibilita assumir o controle total dos braços, antebraços e mãos do corpo físico do médium. Uma vez conectado magneticamente ao seu médium mecânico, o mentor ou guia mediúnico pode utilizar as mãos do corpo físico do médium para escrever o que quiser, sem a interferência do medianeiro.

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Meu sentimento ultimamente é  gratidão!

Gratidão por ter entendido que tudo que acontece de bom, ou de ruim em minha vida, é para meu crescimento, Gratidão por entender que tudo depende de como eu vou agir diante de uma situação ,seja ela qual for, Gratidão por ter entendido que só há crescimento quando me vejo em situações das quais não concordo com elas , Gratidão por entender que a zona de conforto não me deixa evoluir, Gratidão por entender que o importante para meu  crescimento  é ter paz e Amor em meu coração <3  Gratidão por entender que não tenho evolução enquanto julgo  meus irmãos,   pois se estão tendo alguma atitude das quais  não concordo meu dever  é orar por eles e não condená-los, Gratidão por entender que tudo é energia e vibração e se vibrarmos na energia negativa tudo fica ruim, escuro e errado , más se vibrarmos na energia do Amor Divino , podemos enxergar  as coisas com compreensão, Gratidão por entender que tem que ter contradições, balanços , para conferir   minha firmeza, Gratidão por entender que minha opinião já é minha, e que o crescimento vem quando respeito a  opinião alheia, Gratidão por Deus colocar em minha vida pessoas que me ajudam a aprender e evoluir, Gratidão por entender que preciso Amar ao próximo como a mim mesma!  Gratidão por entender que estou aqui para experienciar   todos tipos se sentimentos desde os que me causam profunda alegria aos que me causam profunda dor, Gratidão por saber que em tudo não estou sozinha, Gratidão por não mais me preocupar em provar nada a ninguém,  Só ser, só existir no amor, na paz e na verdade pois ela me fortalece,  Gratidão por poder fazer parte  deste feitio tão abençoado, aonde me trouxe tanto  aprendizado, Gratidão Gratidão Gratidão  <3

Rute Maria Duarte Martimiano

segunda-feira, 20 de março de 2017

O Senhor é meu Pastor

O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. Deita-me em verdes pastos e guia-me mansamente em águas tranqüilas. Refrigera a minha alma, guia-me pelas veredas da justiça, por amor do seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque Tu estás comigo, a Tua vara e o Teu cajado me consolam. Prepara-me uma mesa perante os meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida e habitarei na casa do SENHOR por longos dias.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

oração de mim mesmo 🙏


Oração a mim mesmo <

Que eu me permita olhar e escutar e sonhar mais.
Falar menos. Chorar menos.
Ver nos olhos de quem me vê a admiração que eles me têm
e não a inveja que prepotente mente penso que têm.
Escutar com meus ouvidos atentos e minha boca estática,
as palavras que se fazem gestos e os gestos que se fazem palavras.
Permitir sempre escutar aquilo que eu não tenho me permitido escutar.
Saber realizar os sonhos que nascem em mim e por mim
e comigo morrem por eu não os saber sonhos.
Então, que eu possa viver os sonhos possíveis e os impossíveis;
aqueles que morrem e ressuscitam
a cada novo fruto,
a cada nova flor,
a cada novo calor,
a cada nova geada,
a cada novo dia.
Que eu possa sonhar o ar,
sonhar o mar,
sonhar o amar,
sonhar o amalgamar.
Que eu me permita o silêncio das formas,
dos movimentos,
do impossível,
da imensidão de toda profundeza.
Que eu possa substituir minhas palavras pelo toque,
pelo sentir,
pelo compreender,
pelo segredo das coisas mais raras,
pela oração mental (aquela que a alma cria e que só ela,
alma, ouve e só ela, alma, responde).
Que eu saiba dimensionar o calor,
experimentar as curvas,
desenhar as retas,
e aprender o sabor da exuberância que se mostra
nas pequenas manifestações da vida.
Que eu saiba reproduzir na alma a imagem
que entra pelos meus olhos
fazendo-me parte suprema da natureza,
criando-me e recriando-me a cada instante.
Que eu possa chorar menos de tristeza
e mais de contentamento.
Que meu choro não seja em vão,
Que em vão não sejam minhas dúvidas.
Que eu saiba perder meus caminhos
mas saiba recuperar meus destinos com dignidade.
Que eu não tenha medo de nada,
principalmente de mim mesmo:
_Que eu não tenha medo de meus medos!
Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis,
e desperte com o coração cheio de esperanças.
Que eu faça de mim uma mulher serena
dentro de minha própria turbulência,
sábia dentro de meus limites pequenos e inexatos,
humilde diante de minhas grandezas tolas e ingênuas
(que eu me mostre o quanto são pequenas minhas grandezas
e o quanto é valiosa minha pequenez).
Que eu me permita ser mãe,
ser pai, e, se for preciso, ser órfão.
Permita-me eu ensinar o pouco que sei
e aprender o muito que não sei,
traduzir o que os mestres ensinaram
e compreender a alegria com que os simples
traduzem suas experiências;
respeitar incondicionalmente o ser;
o ser por sí só,
por mais nada que possa ter além de sua essência,
auxiliar a solidão de quem chegou,
render-me ao motivo de quem partiu
e aceitar a saudade de quem ficou.
Que eu possa amar e ser amada
Que eu possa amar mesmo sem ser amada
fazer gentilezas quando recebo carinhos;
fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas.
Que eu jamais fique só,
mesmo quando eu me queira só.

Amém! 

(Oswaldo Antônio Beggiato)